Desse papa nascido no século IV, também nada se sabe de sua vida antes de ser eleito para a Sé de Pedro. Segundo o Liber Pontificalis ele nasceu em Albano, e seu pai chamava-se Inocêncio. Não sabemos o seu nome antes de ser elevado ao papado. Ele cresceu entre o clero romano e no serviço da Igreja.
Nesse tempo governava a nave de Pedro o papa Santo Anastácio I, romano por nascimento, que havia ficado papa em 399. Com a sua morte em 401, o filho de Inocêncio foi unanimemente escolhido para sucedê-lo tomando o nome de seu pai, como Inocêncio I.
Lembrado principalmente por sua condenação do Origenismo, o futuro papa tinha entre seus amigos Santo Agostinho, São Jerônimo e São Paulino de Nola. São Jerônimo fala dele como de homem de grande santidade, “rico em sua pobreza”.
Este Papa viveu numa época muito conturbada pelas invasões bárbaras, e governou a Igreja até 417.
Ardoroso defensor das prerrogativas papais, Santo Inocêncio assegurou ao bispo de Tessalônica a preeminência sobre os outros bispos da Ilíria oriental, continuou a obra de São Cirício na organização da disciplina eclesiástica (celibato eclesiástico, administração dos Sacramentos e jurisdição dos sínodos provinciais), e procurou, embora em vão, estabelecer a paz entre o fraco imperador Honório e Alarico, rei dos godos, intervindo em favor de São João Crisóstomo exilado.
Quando cinco bispos africanos, entre eles Santo Agostinho, lhe escreveram uma carta relativa às suas posições em matéria do Pelagianismo, o Papa, em sua resposta, louvou-os porque, respeitando a autoridade da Sé Apostólica, a ele apelavam. Nela rejeitou os ensinamentos de Pelágio, e confirmou as decisões tomadas pelos sínodos africanos.
Também vê-se sua influência num drástico decreto que o imperador Honório lançou em Roma em 22 de fevereiro de 407, contra os hereges maniqueus, montanistas e priscilianos.
Devido à munificência de uma rica matrona romana, Vestina, Inocente pôde construir e decorar ricamente uma igreja dedicada aos Santos Gervásio e Protásio.
Como mencionamos de passagem, foi durante seu pontificado que ocorreu o cerco e a captura de Roma pelos godos sob Alarico (408-410). Quando o líder bárbaro declarou que só se retiraria se os romanos apresentassem uma proposta de paz que lhe fosse favorável, o Sumo Pontífice liderou uma embaixada de seus concidadãos que foi até o imperador Honório, em Ravena, para tentar, se possível, que ele fizesse a paz com os godos.
Entretanto, apesar de todos os esforços de Inocêncio, ele não foi ouvido. Os bárbaros recomeçaram então o cerco de Roma, de modo que o Papa e os outros embaixadores não puderem retornar à Cidade Eterna, que foi tomada e saqueada em 410.
O Papa Inocêncio faleceu no ano 417, e foi sepultado numa basílica sobre a catacumba de Pontiano, e desde logo venerado como santo. Ele foi homem enérgico e ativo, e altamente dotado como governante, cumprindo admiravelmente os deveres de seu ofício.
Dele diz o Martirológio Romano Monástico: “Em 417, o sepultamento de Santo Inocêncio I, papa. Estendeu a solicitude da Igreja Romana ao Oriente defendendo São João Crisóstomo quando de sua expulsão da Sé de Constantinopla; e à África, apoiando Santo Agostinho contra a heresia donatista. Na Itália, teve que enfrentar a invasão dos visigodos”.