Catarina nasceu em Gênova no ano 1447. Embora desde criança quisesse se tornar religiosa, o pai fê-la casar com um homem infiel, colérico e esbanjador.

Depois de cinco anos de matrimônio com Giuliano Adorno, nobre genovês, passados na tristeza, Catarina quis sair do isolamento, e começou a levar uma vida mundana. Entretanto, ela era uma escolhida do Senhor. No dia 22 de março de 1473, indo visitar a irmã freira, esta lhe aconselhou que fizesse uma boa confissão com o confessor do convento. Assim que ela se ajoelhou no confessionário, um raio de luz divina perfurou sua alma e, em um momento, manifestou-lhe com clareza seus pecados, e o amor que Deus lhe tinha. A revelação foi tão avassaladora que ela perdeu a consciência e caiu em uma espécie de êxtase, por um espaço durante o qual o confessor foi chamado. Quando ele voltou, Catherine só conseguiu murmurar que adiaria sua confissão e voltaria para casa rapidamente.

A The Catholic Encyclopedia diz a esse respeito: “A vida de Santa Catarina de Gênova pode ser mais adequadamente descrita como um estado, do que como uma vida no sentido comum. Com cerca de 26 anos, tornou-se objeto de uma das mais extraordinárias operações de Deus na alma humana das quais registramos, o resultado sendo uma maravilhosa condição interior que durou até sua morte. Nesse estado, recebeu maravilhosas revelações, sobre as quais falava às vezes a quem a cercava, mas que são incorporadas principalmente em suas duas obras célebres: os “Diálogos da Alma e do Corpo” e o “Tratado sobre o Purgatório”. Suas biografias modernas, principalmente traduções ou adaptações de uma antiga italiana, que se baseiam em “Memórias”, elaboradas pelo próprio confessor e por um amigo da santa, e misturam os fatos que eles dão de sua vida exterior com relatos de seu estado sobrenatural e sua “doutrina”.

Catarina entregou-se então a penitências extraordinárias e, acompanhada por outras amigas, dedicou-se ao serviço dos doentes.

Ocorreu então que, por sua influência, o marido amansou seu caráter, converteu-se inteiramente, e se fez terceiro franciscano. Em 1482 Catarina transferiu-se com ele para um local contíguo a um hospital, do qual ela foi nomeada diretora da seção feminina. Quatro anos depois, ficou viúva.

A partir daí até a morte, sofreu de uma doença que os médicos mais competentes declararam que era de origem sobrenatural.

A doutrina de seus escritos, principalmente a sobre o Purgatório, é muito profunda e inteiramente conforme com as verdades da fé. Esse escrito lhe valeu o cognome de “Doutora do Purgatório”.

Santa Catarina faleceu aos 63 anos, a 15 de setembro de 1510. Foi canonizada por Clemente XII em 1737.