Santa Inês nasceu pelo ano de 1274 em Graciano Vecchio, às margens do lago Trasimeno, pertencente  a Montepulciano, então parte dos Estados Pontifícios. Com apenas quatro anos de idade já procurava um lugar solitário para oferecer a Deus suas orações.

Quando tinha 9 anos, estando numa peregrinação, um bando de corvos endemoniados  desceu sobre ela grasnando, e procurando bicá-la e vazar-lhe os olhos. Seu biógrafo afirma que este era um exército de demônios que presidia uma casa de má fama das redondezas, mas não puderam fazer-lhe nenhum mal.

Nesse mesmo ano, apesar de ter somente 9 anos, ela pediu aos pais licença para entrar num convento para consagrar-se a Deus. Depois de muito insistir, obteve o que queria. Com dispensa especial do Papa, entrou no convento das religiosas del  Sacco, assim chamadas por causa do áspero hábito que usavam, e que seguiam as Regras de Santo Agostinho.

Aos 14 anos foi designada ecônoma do mosteiro. Já religiosa perfeita, foi agraciada com muitas graças místicas, como a de receber de Nossa Senhora o Menino Jesus em seus braços, a Comunhão trazida por um Anjo, e a visita de São Domingos, que a chamava para sua Ordem.

Em 1281 o senhor do castelo de Proceno, feudo de Orvieto, pediu às religiosas de Montepulciano que mandassem algumas irmãs à sua cidade para fundar um mosteiro. Inês estava entre elas.

Em 1288, apesar de ter somente 20 anos de idade, ela foi eleita abadessa da comunidade. Começou então a fazer muitos milagres.

Como conta Santa Catarina de Siena em seu “Diálogo”, Nosso Senhor, atendendo ao pedido de Santa Inês, fez com que os pães se multiplicassem à sua oração, que possessos do demônio fossem liberados, curou um cego e um portador de doença incurável, ressuscitou mortos, e converteu libertinos. Entretanto ela mesma sofreu por longo tempo de várias doenças.

Um dia um anjo apareceu-lhe dizendo-lhe: “Chegou o tempo em que deves fundar uma casa na colina de Montepulciano, precisamente onde os demônios, sob a forma de corvos, te atacaram. Dedicarás o convento à Santíssima Trindade, à Santíssima Virgem e a São Domingos, a cuja Ordem irás pertencer daqui para a frente”.

No convento de Montepulciano Inês atingiu elevado grau de união mística, continuando a ser favorecida por muitas visões.

Santa Inês entregou sua puríssima alma ao seu Criador no dia 20 de abril de 1316, exclamando: “O meu muito amado me pertence, já não O deixarei”. Tinha ela apenas 49 anos de idade.

Quando os frades dominicanos estavam procurando obter com o que embalsamar seu corpo, constataram que o mesmo produzia um doce perfume, e que os membros da santa permaneciam flácidos e com movimento.

Quase cinqüenta anos depois, o beato Raimundo de Cápua, confessor de Santa Catarina de Siena, escreveu um relato da vida de Inês, e descreveu seu corpo como estando incorrupto, dando a impressão de que ela estava ainda viva.

Santa Catarina referia-se a ela como a “Nossa Mãe, a gloriosa Inês”. Santa Inês foi canonizada pelo papa Bento XIII em 1726.